Nutrição
Por Iamara Medeiros, nutricionista
Muitas vezes nos deparamos com o enigma “não sei por que estou ganhando peso”, como se os intrometidos quilos adicionais, quando subimos na balança, de pirraça também subissem junto. Quando isso acontecer, devemos lembrar que comer é uma arte e é apenas uma das maneiras de cuidar do nosso corpo.
A pesquisa anual do Ministério da Saúde divulgada em 2011 traz o resultado de 54 mil entrevistas realizadas em 27 capitais, focando em pessoas com mais de 18 anos. Os dados mostram 48% da população brasileira acima do peso, 15% com obesidade. Em 2006, os percentuais eram de 42,7% e 11,4% respectivamente. O crescimento de mais de um ponto percentual por ano é muito preocupante já que o excesso de peso está ligado ao aumento de doenças crônicas e a obesidade já é considerada um problema de saúde publica. De acordo com Pesquisa do Orçamento Familiar (POF), divulgada em 2010, o sobrepeso atinge hoje 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos. 30% das crianças entre 5 e 9 anos e cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos também sofrem com problemas de peso.
Onde está a causa destes números crescentes se nunca na história deste mundo nos foi cobrado tanto uma alimentação saudável, um corpo perfeito? Sem falar da quantidade de informações e fórmulas milagrosas que pipocam nas bancas de revistas todas as semanas. E os livros que não param nas prateleiras. Pois bem, sabedoria não significa resultados.
Temos que ter consciência de que aumentaram as porções em restaurantes e os produtos industrializados em nossas vidas. Some-se a isso, a tentação de comer mais por menos, a ansiedade e o stress do dia a dia, a falta de tempo para uma caminhada no parque. De fato, a prioridade da nossa alimentação está colocada entre as últimas das nossas necessidades básicas. Assim, percebemos que o ganho de peso fica fácil de ser explicado e difícil de ser admitido.
Sabemos também que os tempos são outros, a globalização não pediu licença para entrar em nossas casas, as tecnologias avançadas disseminam a cultura de que tudo é para ontem. Tudo mudou. Raramente temos a figura da avó ou da mãe nos esperando em casa para almoçar com um bolo de fubá esfriando na janela para o café da tarde. As mães hoje estão no mercado de trabalho tanto quanto os pais. Então estamos todos abandonados e fadados a comer fora, ou chegar em casa cansados, estressados, e comer o que tiver? Se a situação é desconfortável talvez tenha chegado o momento de mudanças e desapegos.
Precisamos saber não só porque estamos comendo, mas também como e quanto estamos comendo. Devemos entender se temos fome porque estamos tristes, ou por que todos têm de comer? Ou será ainda que comemos um pouco mais por que está uma delicia? Comer e respirar são essenciais à vida. Vamos fazê-lo até nosso último suspiro então vamos começar agora a perceber o que o nosso corpo está nos dizendo. Se estamos com fome, se já estamos satisfeitos. Vamos tornar esta relação amigável.
Sentir o cheiro do alimento, saborear, tocar, provar, mastigar, escolher. Todos estes verbos tornam a experiência completa. Por isso que digo que comer é uma arte, a arte de envelhecer bem, de viver melhor, de nos presentear com mais vida a cada ano de nossas vidas. E posso dizer com tranquilidade e certeza que grandes mudanças começam com pequenos gestos, ao menos temos que estar disponíveis para mudanças, encontrar a melhor forma de fazer o que tem que ser feito. Qualquer mudança no início gera desconforto, mas depois de nos adaptarmos, teremos a certeza de que foi a melhor escolha para termos um corpo plenamente feliz.
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Nutrição
Consumo alimentar x excesso de peso
Por Iamara Medeiros, nutricionista
Muitas vezes nos deparamos com o enigma “não sei por que estou ganhando peso”, como se os intrometidos quilos adicionais, quando subimos na balança, de pirraça também subissem junto. Quando isso acontecer, devemos lembrar que comer é uma arte e é apenas uma das maneiras de cuidar do nosso corpo.
A pesquisa anual do Ministério da Saúde divulgada em 2011 traz o resultado de 54 mil entrevistas realizadas em 27 capitais, focando em pessoas com mais de 18 anos. Os dados mostram 48% da população brasileira acima do peso, 15% com obesidade. Em 2006, os percentuais eram de 42,7% e 11,4% respectivamente. O crescimento de mais de um ponto percentual por ano é muito preocupante já que o excesso de peso está ligado ao aumento de doenças crônicas e a obesidade já é considerada um problema de saúde publica. De acordo com Pesquisa do Orçamento Familiar (POF), divulgada em 2010, o sobrepeso atinge hoje 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos. 30% das crianças entre 5 e 9 anos e cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos também sofrem com problemas de peso.
Onde está a causa destes números crescentes se nunca na história deste mundo nos foi cobrado tanto uma alimentação saudável, um corpo perfeito? Sem falar da quantidade de informações e fórmulas milagrosas que pipocam nas bancas de revistas todas as semanas. E os livros que não param nas prateleiras. Pois bem, sabedoria não significa resultados.
Temos que ter consciência de que aumentaram as porções em restaurantes e os produtos industrializados em nossas vidas. Some-se a isso, a tentação de comer mais por menos, a ansiedade e o stress do dia a dia, a falta de tempo para uma caminhada no parque. De fato, a prioridade da nossa alimentação está colocada entre as últimas das nossas necessidades básicas. Assim, percebemos que o ganho de peso fica fácil de ser explicado e difícil de ser admitido.
Sabemos também que os tempos são outros, a globalização não pediu licença para entrar em nossas casas, as tecnologias avançadas disseminam a cultura de que tudo é para ontem. Tudo mudou. Raramente temos a figura da avó ou da mãe nos esperando em casa para almoçar com um bolo de fubá esfriando na janela para o café da tarde. As mães hoje estão no mercado de trabalho tanto quanto os pais. Então estamos todos abandonados e fadados a comer fora, ou chegar em casa cansados, estressados, e comer o que tiver? Se a situação é desconfortável talvez tenha chegado o momento de mudanças e desapegos.
Precisamos saber não só porque estamos comendo, mas também como e quanto estamos comendo. Devemos entender se temos fome porque estamos tristes, ou por que todos têm de comer? Ou será ainda que comemos um pouco mais por que está uma delicia? Comer e respirar são essenciais à vida. Vamos fazê-lo até nosso último suspiro então vamos começar agora a perceber o que o nosso corpo está nos dizendo. Se estamos com fome, se já estamos satisfeitos. Vamos tornar esta relação amigável.
Sentir o cheiro do alimento, saborear, tocar, provar, mastigar, escolher. Todos estes verbos tornam a experiência completa. Por isso que digo que comer é uma arte, a arte de envelhecer bem, de viver melhor, de nos presentear com mais vida a cada ano de nossas vidas. E posso dizer com tranquilidade e certeza que grandes mudanças começam com pequenos gestos, ao menos temos que estar disponíveis para mudanças, encontrar a melhor forma de fazer o que tem que ser feito. Qualquer mudança no início gera desconforto, mas depois de nos adaptarmos, teremos a certeza de que foi a melhor escolha para termos um corpo plenamente feliz.
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