O que pode ser feito para que as crianças comam bem?
Nutrição

O que pode ser feito para que as crianças comam bem?


Por Maria Luiza Petty (Malú) - Nutricionista
Minha data para escrever no bolg do Genta estava chegando e eu comecei a me perguntar o que ia escrever. A dificuldade era pensar em algo que fosse novo para os leitores depois de tantos textos interessantes que de uma maneira ou de outra nos levam a duas conclusões, resumidas de maneira simplificada, como: comer não é sinônimo de nutrir e, ser feliz não é sinônimo de ser magro.


Bom, talvez essas duas conclusões tenham virado obvias para mim, mas muito provavelmente, elas não o são para a maioria das pessoas. Não fosse assim, nós não teríamos lojas de “gororobas alimentares” se multiplicando por aí, nem profissionais da saúde indicando “gororobas saudáveis” para seus pacientes. Também não teríamos pessoas tentando emagrecer a qualquer custo, né?!

Enfim, depois de muito pensar no que escrever e depois de revisar todos os textos que guardo em uma pasta etiquetada com o nome “matérias interessantes”, percebi que não tinha saída, tinha que escrever sobre o tema que mais preenche a minha cabeça ultimamente – o que pode ser feito para que as crianças comam bem?


Para escrever esse “post”, me baseei em dois artigos da Rosely Sayão (psicóloga que escreve no Caderno Equilíbrio da Folha de São Paulo) e na minha bagagem pessoal como professora de culinária para crianças e como alguém que vem escrevendo uma dissertação de mestrado nessa área.


No artigo de 20 de marco de 2008 – Sabor de Infância, Rosely comenta o contraste vivido entre duas experiências. A primeira, em uma cidade da Itália, onde o cardápio escolar é composto por pratos típicos de lá e que na hora do almoço as próprias crianças colocam a mesa e compartilham os alimentos. A outra experiência foi em escolas particulares de São Paulo, onde as crianças levam lancheiras repletas de alimentos industrializados. O problema de uma lancheira assim não está apenas no conteúdo exagerado de gordura, açúcar ou sal. Ao montar uma lancheira dessas, os pais perdem a oportunidade de também mandar aos seus filhos, afeto. E quer coisa mais gostosa do que comer alguma coisa que você sabe que foi feita para você com zelo e carinho? E eu não estou falando das mães que preparam delícias gastronômicas, estou falando do gesto de montar um pão com fatias de queijo ou de cortar uma fruta que é consumida em casa.

No artigo Cozinha para desfrutar, de 6 de maio de 2010, Rosely comenta como a gastronomia está em alta e como os pais que cozinham ou frequentam restaurantes de alta gastronomia excluem seus filhos dessas atividades. A aceitação por novos sabores está, entre outras coisas, na repetição desses gostos na nossa boca. Além disso, outra coisa que ajuda bastante é associar momentos agradáveis ao consumo desses alimentos. E quer momento melhor para isso do que quando a família está em um restaurante? O pior é que, normalmente, quando a criança vai ao restaurante, seus pais escolhem pra elas o “menu” infantil. E vocês já repararam que esses “menus” têm sempre os mesmos alimentos?! Sempre um bifinho, uma batatinha e o arroz, ou seja, um prato super pobre em sabores.


No artigo Cozinha para desfrutar, de 6 de maio de 2010, Rosely comenta como a gastronomia está em alta e como os pais que cozinham ou frequentam restaurantes de alta gastronomia excluem seus filhos dessas atividades. A aceitação por novos sabores está, entre outras coisas, na repetição desses gostos na nossa boca. Além disso, outra coisa que ajuda bastante é associar momentos agradáveis ao consumo desses alimentos. E quer momento melhor para isso do que quando a família está em um restaurante? O pior é que, normalmente, quando a criança vai ao restaurante, seus pais escolhem pra elas o “menu” infantil. E vocês já repararam que esses “menus” têm sempre os mesmos alimentos?! Sempre um bifinho, uma batatinha e o arroz, ou seja, um prato super pobre em sabores.

As crianças também adoram cozinhar e essa atividade é outra boa oportunidade para que elas conheçam e se surpreendam com a diversidade de sabores, aromas, texturas e combinações que os alimentos podem nos fornecer.


Bom, acabei escrevendo de mais (ou melhor, divagando de mais), então em uma próxima oportunidade posso contra, com um pouco mais de profundidade, a experiência de cozinhar com as crianças.

Para ler os textos da Rosely Sayão na íntegra: http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/






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