Nutrição
Festa sem bolo, brigadeiro e refrigerante! Ou: A mediocridade que assola...
Por Ester Soares Paulino, nutricionista sim senhor!
Todo fim de festa é sempre a mesma cantilena, arrumar, lavar, por a casa/salão em ordem. Mas, e quando a festa não tem bolo, brigadeiro, refrigerante? Que festa ou comemoração é essa?
Você aí! É, você mesmo, que neste momento esta organizando seu casamento, uma festa de 15 anos, bodas! Vai ter bolo? E brigadeiro? Ahhh! Então me convida, porque não aguento mais festa com maçã e fita métrica. E pimentão e couve-flor... e balança!
Estou cansada de ouvir a mesma música. Parem! Eu não conserto balanças, nem sei costurar.
Portanto, não me enviem balanças e fitas métricas de congratulações e se for alguma fruta, eu prefiro manga ou mangostin.
Somos o que podemos ser. Isso é letra de música, mas eu ainda não estou quite com a vida. Tenho recebido muito mais do que tenho oferecido. Quero e vou contribuir com mais. Quem vem?
Minha dor é perceber (continuando com música), que apesar de termos visto tantas mudanças em relação a alimentação, alimento, obesidade, transtornos alimentares, o que será do mundo daqui 50.. .não 10 anos (vamos mais perto).
O que estamos fazendo diante das evidências? Outra dieta? Permitindo que pessoas incapazes peguem para si este momento e continuem na contra mão do bom senso. Tudo bem, nem sempre o senso comum significa bom senso! Incapazes sim, porque é isso que tenho visto. Perdoe a falta de sutileza, que não está entre minhas características, mas só pode ser incapaz, o infeliz que não conseguiu ainda enxergar que estratégias de restrição, do proibido, não resolvem, não estão resolvendo e não, não resolverão! É impressionante a capacidade de alguns em reduzir a um pedaço de isso pode e isso não pode, a belíssima ciência da Nutrição.
Você pode até dizer que estou por fora (música), mas ressalto, isto não é um artigo científico, óbvio. Estou baseada e referenciada em minhas reflexões e indignação. É minha rebelião, meu manifesto contra a mediocridade.
Concordo, a função primordial da comida (sim, comida) é manter-nos vivos. Ótimo. Mas não sem o prazer de comer. Qualquer outra funcionalidade já está lá, com mais ou menos sal, com maior ou menor tempo de cocção.
Façam suas escolhas, nutricionistas, mas colabore com um mundo menos demente e culpado. Somos mais do que podemos ser!
Falta coragem? É difícil, bem sei, tirar o traseiro (já falei de minha não sutileza) da comodidade e da mediocridade. Por que e para que mudar fórmulas? Ora, porque somos mais do que podemos ser.
Fugir dos roteiros, procurar caminhos diferentes, mais tortuosos, mas talvez aí esteja o grande valor de uma ciência. Somos mais do que estamos sendo.
Tchau! Vou partir para a briga. Se não gostou...não sinto muito.
Quem vem com a GENTA?
Para ouvir: Somos o que podemos ser - Engenheiros do Hawaii
Como nossos pais- Elis Regina
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