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Popularizada nos últimos 20 anos pela Medicina Estética, a toxina botulínica é um complexo proteico purificado, obtido a partir de determinada bactéria que bloqueia a liberação da acetilcolina e faz com que os músculos não recebam estímulos para contrair. Quando aplicada nas linhas horizontais da testa, entre as sobrancelhas e ao redor dos olhos, seu efeito é bastante rejuvenescedor e tem duração de quatro meses, em média. Mas a novidade é o uso odontológico, que vem ganhando cada vez mais adeptos na medida em que seus benefícios se tornam mais conhecidos. São diversas as indicações que levam o Cirurgião-Dentista a fazer uso da toxina botulínica no consultório. Desde o tratamento do ‘apertamento’ e ranger dos dentes, tratamento do sorriso gengival, sorriso assimetrico, hipertrofia de masseter, prevenir o excesso de força nos primeiros meses em pacientes reabilitados - existem vantagens dessa opção terapêutica não invasiva, reversível, e que pode até mesmo evitar a realização de cirurgias em determinados casos. Preenchimento facial O preenchimento facial dá volume às áreas onde é aplicado. Suas indicações concentram-se na região perioral, onde pode corrigir defeitos cirúrgicos, assimetrias faciais, dar volume aos lábios e bochechas. É possível usar ácido hialurônico para preencher o código de barras nas regiões de lábio e nos sulcos naso-labiais. . O tempo de cada tratamento depende de vários fatores, tais como, no caso da toxina botulínica, o grau de atividade muscular e a intensidade do metabolismo do paciente, tendo duração média em torno de seis meses. No preenchimento facial, o principal fator que determinará a duração é a característica do material preenchedor que, no caso dos materiais absorvíveis, geralmente duram de um a três anos. Aplicação requer cuidado e prática A prática dos Cirurgiões-Dentistas no uso odontológico da toxina botulínica é fundamental. “Profissionais da Odontologia tem muita sensibilidade, grande conhecimento anatômico e uma habilidade toda especial com aplicação de injeções. Isso faz deles ótimos candidatos a proporcionar efeitos extraordinários para seus pacientes, resolvendo muitos dos problemas orofaciais que os afligem através dessa terapia conservadora, minimamente invasiva e que tem se mostrado uma opção terapêutica bastante benéfica. O sucesso da terapia, entretanto, é proporcional à quantidade de treinamento”, diz Luciano Artioli, especialista, mestre e doutor, presidente da Academia Brasileira de Estética Orofacial e professor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP) da APCD Regional Vila Mariana, coordenador científico da Corporación Internacional de Atención y Educación en Salud Oral – CIAESO, no Chile, e professor convidado do "Diplomado en Rejuvenecimiento Facial y Estética Odontológica" da Universidad De La Frontiera, no Chile. Legislação Em 14 de abril, o Conselho Federal de Odontologia publicou no Diário Oficial da União a Resolução 144, de 27 de março de 2014, que dispõe sobre a responsabilidade técnica de empresas que comercializam e/ou industrializam produtos odontológicos, e a Resolução 145, da mesma data, que permite o uso do ácido hialurônico e da toxina botulínica para fins odontológicos. Luciano Artioli destaca que esses medicamentos são aprovados pela Anvisa, órgão que tem competência legal para esse fim no Brasil e têm sido amplamente utilizados em todo o mundo com um nível de segurança extremamente elevado. “Além do aspecto legal, também não se pode questionar a qualificação dos Cirurgiões-Dentistas para tratar a face, a região perioral e os músculos do sorriso, da mastigação etc. Estamos dentre os profissionais que mais conhecem e atuam nessa região do corpo. Poucas profissões podem se aproximar das qualidades inerentes aos profissionais de Odontologia para realizar esses procedimentos.” Fonte: Matéria publicada no APCD Jornal, edição de agosto 2014. |