Nutrição
CANDIDÍASE CRÔNICA
A mulher que nunca sofreu desse mal, que atire a primeira pedra! Sim, pois quando chega o desconforto, quase sempre sabemos do que se trata.
Mas porque isso acontece? Primeiro, é importante saber que a Candidíase é uma doença transmitida por fungos, especificamente pela Candida Albicans, que pode se manifestar na pele (micoses), boca (mais conhecido como “sapinho”), estômago, intestino e no órgão genital feminino.
Várias são as causas para o aparecimento da Candidíase: sistema imunológico baixo, disbiose intestinal (desequilíbrio na flora intestinal), roupas íntimas de tecido sintético, má higiene pessoal, anticoncepcionais, menopausa, distúrbios hormonais, relações sexuais. OS sintomas geralmente são ardência, corrimento vaginal, vermelhidão, desconforto na relação sexual, irritação. Esses sintomas são especificamente femininos, pois apesar do homem também se contaminar, quase nunca é manifestado, devido a questões hormonais.
O que muitas mulheres não entendem, mesmo depois de terem realizado todo o tratamento (o marido também precisa) ingestão de remédios, pomadas e afins, a bendita sempre se manifesta depois de todo trabalhão....
Por trás de tudo isso, há outros sintomas que podemos co-relacionar com o por quê dessa manifestação persistente: você sente vontades incontroláveis de comer doces, compulsividade por carboidratos, toma 1 litro de café por dia ou ainda uma fadiga sem explicação? Vive estressada, com outras inflamações recorrentes? Se a resposta foi positiva para algumas dessas perguntas, é bom investigar se esse é o seu caso.
Para o fungo sobreviver, é necessário um ambiente favorável para seu crescimento e multiplicação. Isso também é determinado pela alimentação. Simples assim: quando sua alimentação é rica em carboidratos, álcool, refrigerantes, biscoitos e massas, o ambiente intestinal fica alcalino, favorecendo o crescimento dela. E o açúcar, vinda tanto de doces, quanto de carboidratos, é exatamente do que precisa para sobreviver. Não esqueça também que o simples fato de um intestino preguiçoso ou irregular, aumenta sua resistência.
Hoje em dia, grande parte da população adquiriu hábitos alimentares e comportamentais que os deixam mais expostas e susceptíveis a agressores. Alimentos industrializados, embalados, junk foods, refrigerantes e outras facilidades aumentaram a demanda e procura por esse tipo de produto, fazendo com que o fator nutricional e a qualidade do alimento não seja a opção mais importante para alimentação cotidiana.
Os fungos, quando crescem de maneira desordenada, podem favorecer que outros tipos de fungos podem cresçam também, aproveitando esse ambiente propício e pode influenciar em diversas reações, que vão muito além do desconforto da mulher:
1) alteração do sistema imunológico, pois sua presença desordenada pode trazer reações de hipersensibilidades e alergenicidade
2) Os fungos produzem micotoxinas, que são extremamente tóxicas para o homem
3) Sua multiplicação pode se manifestar também na forma de micose, que é uma inflamação e infecção subsequente, que podem se localizar tanto na pele como órgãos internos como intestino
4) A ação somatória das substâncias tóxicas produzidas por esses fungos, podem causar desequilíbrios nutricionais, hipoglicemia, distúrbios de destoxificação, além de processos alérgicos, inflamatórios e auto imune, comprometendo assim o funcionamento e atuação de nutrientes necessários para função e nutrição celular
Fique atenta se você ingere carboidratos em excesso, e não consegue se controlar ao ver um doce. O fungo produz uma neurotoxina (substância que envia mensagens para o cérebro), fazendo com que na ausência desses alimentos (ela também quer se alimentar!), liberação dessa substância, fazendo assim que você caia de boca nesses alimentos sem nem pensar...e se ela tem comida, apesar de todo tratamento, muitas morrem, mais ficam tantas outras, prontas para se multiplicar e fazer todo estrago novamente.
Fique alerta aos principais fatores de risco para um crescimento fúngico desordenado:
- Alimentação pobre em nutrientes
- Alto consumo de açúcares e carboidratos refinados
- Baixo consumo de frutas, legumes e verduas
- Jejuns prolongados
- Alto consumo de adoçantes artificiais
- Estresse mental e emocional (principalmente correlacionado aos fatores acima)
- Uso frequente de antiácidos, antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, laxantes
- Higiene e roupas íntimas inadequadas, pouco ventiladas
Para ficar longe desse mal, sempre ao fazer o tratamento para fungos, faz se necessário um tratamento nutricional concomitante. Então, siga essas dicas, mas procure também um profissional capacitado, que ele sim, poderá avaliar qual seu caso e fazer o tratamento adequado para seu caso.
- Mate o fungo de fome! Durante o tratamento, não consuma doces ou carboidratos refinados
- Consuma frutas, verduras e legumes. Aumentando a acidez do intestino, fica mais difícil deles sobreviverem em um ambiente não adequado
- Evite queijos gorgonzola ou similares, além de alimentos altamente fermentados
- Consuma orégano ou óleo de orégano, que possui atividade antimicrobiana e antifúngica
- O alho também é um potente antifúngico. Para um melhor efeito, consuma seu óleo
- Outro coadjuvante potente é o óleo de coco extravirgem. O ácido láurico presente nesse óleo possui ação antibacteriana, antiviral, antifúngica e antiprotozoária
- Evite o consumo indiscriminado de remédios. Se for de recomendação médica, fortaleça seu sistema imune com as dicas acima.
Apesar de tudo, precisamos também dos fungos para sobreviver. Mas como tudo na vida, é necessário um equilíbrio, cuide sempre da saúde . Blindando o organismo com vitaminas, minerais, antioxidantes e fitoquímicos, nem o fungo, nem nenhum outro microorganismo será forte o bastante para o aparecimento de doenças ou intercorrências desejáveis! Cuide-se sempre!
Dra. Sílvia Coelho é Nutricionista Clínica Funcional e Esportiva, Pós Graduanda em Nutrição Ortomolecular, Membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional e Colaboradora do livro – Nutrição Funcional.
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